Autor: Paulo Brito
ISBN: 978-85-7474-593-0
Páginas 328 ilustradas
Peso: 500g
Ano: 2012
Laureado
O livro relembra histórias vividas por Burigo desde quando ele assumiu a direção de futebol do Comerciário de Criciúma, em 1958. Transformou-se em treinador no ano seguinte e encerrando a carreira em1998 como diretor do Criciúma EC.
Narra também a fundação de Cocal do Sul, a chegada da família Burigo ao Brasil, a infância do Lauro vivida em Cocal, os estudos em Florianópolis, Santo Antônio da Patrulha e Porto Alegre, as casas de jogo, as boates, o emprego na Assembleia...
O sujeito foi contratado nove vezes pelo Figueirense o que, por si só, deve dar outro livro.
A capa é obra do artista plástico George Peixoto. A orelha é de autoria do saudoso Jair Francisco Hamms.
Novembro de 2011, onze da manhã, dia de sol, eu caminhando pela Rua Presidente Coutinho quando escutei um exclamativo chamado ou, melhor dizendo, um bruto berro vindo de um prédio de apartamentos.
— Jair!! Preciso falar contigo!!
Olhei para o lado, era o Paulo que chamava. O Paulo Brito, conhecidíssimo jornalista aqui de Florianópolis e de triunfantes passagens pela imprensa das cidades de São Paulo e Porto Alegre.
Atravessei a rua, ele abriu o portão do condomínio e, após o abraço, falou:
— Que coincidência! Que coincidência, cara! Ia telefonar para ti hoje. Agora!
— Então fala, pô!
— Vou lançar outro livro!
— E daí?
— E daí... e daí eu já te conto. Vamos subir lá no apartamento para pegar a chave do carro. Vou te levar em casa.
— Não precisa, Paulo.
— Precisa, sim.
— Então vou telefonar para a Lúcia guardar um pouco para nós.
Os 15 quilômetros entre a Rua Presidente Coutinho e a minha morada, situada na Praia da Armação do Pântano do Sul, foram suficientes para que o Paulo Brito – com detalhes – falasse a respeito dos seus dois livros. No primeiro, titulado Dás um Banho, lançado em 2010, ele conta, ano a ano, mês a mês, gol a gol, a vitoriosa trajetória do seu colega Roberto Alves, um dos mais respeitados jornalistas de esportes do sul do Brasil.
Já chegávamos ao Morro das Pedras quando indaguei a respeito do segundo livro.
— E este outro, Paulo?
— Chama-se: Lauro Burigo – segredos do bruxo.
— Ah, o laureado é o Lauro?
— Sim, ele. Sobre a sua magnífica carreira.
Sem tirar os olhos do trânsito, Paulo contou que tudo começou em 1968, pouco antes do Comerciário, time lá de Criciúma e da família Burigo, enfrentar o Metropol, igualmente de lá. Mas como não havia mais tempo de contratar um técnico, Lauro foi chamado para, na condição de Diretor de Futebol, executar a quase impossível tarefa de dar fim à série de sucessivas (nove anos) e lagrimejantes derrotas para o seu maior adversário. Logo Lauro, que jamais chutara uma bola, mas que frequentava o Café São Paulo, na Praça Nereu Ramos, em Criciúma onde o papo era sempre futebol.
— Ele venceu, Paulo?
— Empatou. Empatou e foi ficando como manda a cultura do futebol: se vence, permanece. Se perde, é mandado embora. Mas foi campeão pelo Comerciário. Trabalhou muito tempo no teu Figueirense. Aliás, foi o treinador que mais vezes dirigiu o time. Foi campeão também pelo Metropol.
— Ele está em Floripa, né?
— Sim. Hoje ele vive numa bela casa lá na Praia dos Ingleses, assiste futebol pela TV e, como todo mundo sabe, não gosta de ouvir falar em viagem de avião.
— Sei disso.
— Ah, quem fez a capa do livro foi o Picolé, sabe, Jair?
— Ah, foi? Bem, ainda não vi, mas já gostei. O Picolé, Picolé não. O George Peixoto só faz coisa boa.
— É verdade.
Ao chegarmos a minha casa, a mesa já estava pronta. Então, após as boas-vindas da minha esposa Lúcia ao Paulo Brito, eu e ele, armados de garfo e faca, atacamos uma deliciosa “carne de panela caipira”. Imediatamente, o Brito se calou. Eu, também. Aliás, como dizia a minha querida mãe – Dina, “não se fala de boca cheia.”
Jair Francisco Hamms
Escritor, autor dos livros: Estórias de gente e outras estórias; O Detetive de Florianópolis; A Cabra Azul e Samba no Céu, entre outros. Jair era membro
da Academia Catarinense de Letras, falecido no dia 12 de janeiro de 2012.
O Autor
Nascido em Florianópolis em 1943, Paulo Brito é graduado em jornalismo pela PUC RS desde 1972, profissão que exerceu em jornais, rádios e televisão em POA, SAO e FLN. Foi professor no IEE – Instituto Estadual de Educação e no Colégio Catarinense, profissão que o levou, em 1979, à UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, onde permaneceu até 1998. Este livro é sua segunda experiência como escritor, a primeira foi: Dás Um Banho – Roberto Alves: o rádio, o futebol e a cidade, publicado em 2010.